Se eu te pedir que me diga um objeto que representa um bebê, o que é o primeiro que te vem à cabeça?
Com quase toda a certeza você me dirá: uma chupeta!
É, a chupeta está tão integrada no nosso conceito de bebê que até parece que faz parte da anatomia deles como se fosse um órgão mais.
Já vão várias vezes que presenciei que, na mesma hora que o bebê sai da barriga da mãe, ela já está perguntando ao acompanhante onde está a chupeta.
Trata-se de um objeto que se inventou para simular ou substituir uma das funções do seio materno.
Tenha clara uma coisa: a chupeta é uma imitação, o peito da mãe é o original.
Então, não tem nenhum sentido dizer a uma mãe lactante que o bebê está usando o peito dela de chupeta.
Mais bem ao revés, a chupeta é utilizada de peito.
Mas, com certeza você nunca ouviu alguém dizer a uma mãe cujo bebê está com uma chupeta na boca: “Ele está usando a chupeta de peito. Dá o peito a ele, que é o que ele quer”. E essa frase ao contrario, te garanto que se diz e muito! E não tem nenhum sentido.
O aleitamento materno tem 2 funções básicas:
Qual é a função da chupeta?
Esse objeto pretende imitar uma das funções não nutritivas do aleitamento materno: a de tranquilidade, de reconforto. E é, também, uma função muito necessária para o bebê.
Então quer dizer que é imprescindível?
Não.
É totalmente prescindível no caso de que o bebê mame no peito.
No caso de aleitamento artificial, vejo necessário dar chupeta ao bebê para satisfazer a necessidade de sucção, que não se limita só aos momentos de alimentação.
Não digo que tenha que estar o dia todo com a chupeta, mas seria necessário oferecer esse substituto da sucção ao peito a bebês que não tomam peito, em momentos pontuais como:
Um bebê que mama em livre demanda não tem nenhuma necessidade de chupeta já que satisfaz todos esses pontos anteriores. E digo mais, inclusive poderia chegar a ser contraproducente, já que pode atrapalhar o aleitamento materno e causar problemas ortodônticos no futuro.
A partir do primeiro mês completo de vida, que é quando o aleitamento materno já deveria estar bem estabelecido, não se desaconselha o uso da chupeta. Simplesmente, está na escolha dos pais oferecer ou não, avaliando os prós e os contras de introduzir esse objeto como parte da infância do filho.
Para mamar, é necessário que o bebê abra muito a boca e que realize certos movimentos coordenados para poder extrair a maior quantidade de leite em menos tempo. Todos os bebês saudáveis a termo sabem fazer isso de forma inata.
A forma de chupar o bico de uma chupeta ou de uma mamadeira é completamente diferente. Deve franzir os lábios e chupar como se faz com um canudo.
Quando o aleitamento materno ainda está começando, o bico da chupeta ou da mamadeira poderiam confundir o bebê e acabar chupando do peito de forma incorreta, o que causaria menor transferência de leite e dores e rachaduras nos mamilos da mãe.
A típica mordida aberta, ou seja, os dentes superiores e inferiores centrais perdem o paralelismo.
A forma como se chupa um bico não exercita adequadamente todos os músculos da cavidade oral necessários para o correto desenvolvimento da linguagem, como faz a amamentação ao peito. Por isso também se recomenda limitar o tempo que passam com a chupeta na boca aos necessários que comentamos antes.
Desvincular a criança de um objeto de apego não é fácil nem para ela nem para nós, os pais. A retirada definitiva deve ser feita da forma mais suave e respeitosa possível.
Nenhum dos meus 2 filhos tiveram chupeta. Não havia nenhuma necessidade já que sempre foram amamentados no peito, mamando em livre demanda.
Normalmente somos nós, os pais que acabamos criando essa necessidade neles já que os bebês de peito, habitualmente até mesmo rejeitam a chupeta.