A placenta é fascinante!
É o único órgão que só está presente durante uma etapa concreta da vida da mulher: a gestação.
Se forma somente para manter o nosso bebê durante a sua vida pré-natal e depois que ele nasce, a placenta, que já cumpriu com a sua função, é eliminada do nosso corpo de forma natural.
Que outro órgão funciona assim?
Vamos aprender um pouquinho sobre a estrutura e funcionamento desse órgão mágico?
Já comentei que ela só está presente durante a gestação, mas não aparece de repente, logo que você engravida.
Ela aparece a partir da semana 8 de gestação. Isso é aproximadamente 1 mês depois do dia que deveria ter descido a sua menstruação. Ou seja: na segunda falta de menstruação. E é a partir daí que passamos de chamar embrião para chamar feto ao futuro bebê.
Y antes, como se nutria o embrião?
Até a semana 8 o futuro feto toma os nutrientes da vesícula vitelina, que depois desaparece delegando suas funções à placenta.
O nome placenta significa torta plana. E precisamente esse é o aspecto dela. É redonda e aplanada.
A placenta a termo mede uns 20 cm de diâmetro, 1,5 a 3 cm de grossura e pesa entre 500 e 600g.
Um lado, o materno, está colado no útero e tem um aspecto rugoso, como de almofadinhas com canais. Essas almofadinhas são chamadas de cotilédones. E existem cerca de 15 a 25.
O lado contrario, o fetal, é lisinho, recoberto de uma película que se continua com a bolsa das aguas e está cheio de vasos que se juntam em direção ao cordão umbilical, que normalmente sai bem do centro da cara fetal da placenta (também imagem principal deste post).
Às vezes o cordão pode sair da beira da placenta, o que se denomina inserção marginal, ou mesmo diretamente dessa película que envolve a cara fetal da placenta, sem estar em contato direto com ela, nesse caso se denomina inserção velamentosa. Se tratam de variações não muito comuns e que normalmente só se sabe quando a placenta sai e vemos diretamente.
O cordão vai até o umbigo do feto e é quem transporta tudo o que a placenta envia e recolhe. Saiba mais sobre o cordão umbilical.
A imagem ao lado se trata de um nascimento Lotus: quando não se corta o cordão umbilical e o bebê fica unido à placenta até o cordão secar e se desprender sozinho. Normalmente, num parto domiciliar já que os hospitais não contemplam essa opção.
Normalmente, a placenta se encontra na parte anterior ou posterior do útero e com frequência, no fundo uterino, parte superior.
Quando está mais embaixo, perto do colo do útero se classifica em:
Quando está pertinho, a uns 2 cm do colo do útero, mas não chega a tocar ele. Saiba que ter uma placenta baixa, habitualmente não é incompatível com um parto vaginal. Simplesmente há de se vigiar mais de perto todo o trabalho de parto para detectar possíveis hemorragias. Sempre se está a tempo de realizar uma cesárea em caso disso acontecer. É mais perigo ser submetida a uma cesárea sem justificação que estar mais vigiada.
Uma placenta baixa, até a semana 28-30 de gestação, ainda pode subir com o crescimento do útero. Antes disso, não se pode dar o diagnóstico definitivo nem muito menos condenar a uma mulher a uma cesárea.
A placenta prévia pode se classificar à sua vez em:
–Placenta prévia marginal: quando chega a tocar o colo do útero mas sem chegar a cobri-lo.
-Placenta prévia parcial: quando cobre parcialmente o colo do útero.
-Placenta prévia oclusiva: quando está justamente encima do colo do útero, impedindo a saída do bebê.
No caso de placenta prévia parcial ou oclusiva, sim estaria justificada uma cesárea programada. Se só chega a ser marginal, haveria de estudar os possíveis benefícios versus riscos de praticar uma cesárea.
A placenta é o órgão de conexão entre mãe e filho.
Desempenha múltiplas funções. Digamos que, apesar de ser um órgão transitório, ela trabalha duro enquanto está presente. Tudo para poder manter o bebê com vida e saudável.
Como comentamos mais atrás, está formada desde a 8ª semana de gestação até que o bebê nasce.
A placenta vai envelhecendo quando a gravidez vai chegando ao final, assim que a partir da semana 41, a gravidez tem que ser seguida mais de perto.
Quando o bebê já está fora, ele ainda está conectado à placenta através do cordão umbilical. Normalmente, depois de que o cordão deixa de latejar, se corta, separando bebê de placenta. E uns minutos mais tarde, com frequência antes de meia hora do nascimento, a placenta se desprende sozinha do útero e sai pela vagina.
Não te parece um órgão mágico?
Quando se fala de placenta há quem reage com certo receio ou nojo. Mas isso é por falta de conhecimento, porque se soubesse realmente o que é e para que serve esse órgão, não causaria essa repulsão.
Para mim, a placenta merece todo o meu respeito e admiração!
Você viu a sua placenta? Se está grávida, não esqueça de pedir para vê-la depois do parto.