Passamos anos da nossa vida evitando engravidar:
E um longo etc.
Vão passando os anos, vamos amadurecendo, vamos evoluindo, temos uma relação estável e estamos bem. No nosso melhor momento.
E então, um dia, nos pegamos girando a cabeça cada vez que nos cruzamos com uma grávida ou com um bebê que vão passeando pela rua.
E começamos a imaginar… E se… Sim. A ideia surge quase que de repente.
A gente sente o TIC-TAC do relógio biológico, o chamado da natureza, aquela força irresistível que te leva ao objetivo mais primitivo e final do ser humano (e de todos os animais em geral): PROCRIAR.
E é aí que começamos a ver o mundo com outros olhos. Começamos a sopesar as prioridades, sentimos que falta alguma coisa, que estamos incompletas.
Vamos pouco a pouco sondando o terreno com o nosso parceiro, introduzindo as palavras bebê e grávida na maioria das conversas, para ver como reage:
-Amor, sabe quem está grávida? Fulaninha. –Olha aquele bebê que olhos tem! Que bonitinho, né?
Aí é quando vamos avaliando as reações da outra parte.
Se vemos que parece que não há muito interesse, utilizamos a técnica do “martelo-pilão”: repetir muitas vezes, mas de forma discreta uma coisa até que entre por osmose na cabeça, nesse caso, da outra pessoa.
Em outras palavras, vamos criando, pouco a pouco o interesse no companheiro.
Se, pelo contrario, vemos que já há interesse, sugerimos, sem mais: -Já pensou como seria um filho nosso? E se começamos a buscar?
Outras vezes, é o parceiro mesmo quem nos sugere e desperta o interesse em nós.
Seja como for, tem um momento na vida da gente que é um antes e um depois: passamos de só pensar em nós mesmas (eu, eu, eu) a começar a pensar num ser que nem sequer existe ainda.
Já é aí quando começamos a descentralizar os nossos pensamentos. Já não nos sentimos tão “o umbigo do mundo”. Uma pessoa, de momento imaginaria, já está começando a ocupar os nossos pensamentos.
Cada vez esses pensamentos são mais fortes.
Você quer, ele também está de acordo: vamos lá!
Damos o “disparo de saída”, damos por inaugurada a temporada de: EM BUSCA DO BEBÊ.
Mas… vamos com a ideia de que: vai ser largar o método anticoncepcional e ficar grávida! Muitas vezes não é assim.
Devemos ser conscientes de que é normal demorar até 1 ano tentando engravidar, sem resultados. Até 1 ano!
Se conclui o primeiro ano de busca e o bebê ainda não fez ato de presença, aí sim devemos procurar ajuda profissional.
Relações sexuais desprotegidas e reiteradas durante 12 meses sem resultado de gestação é motivo de consulta, já que poderia haver um problema médico a resolver.
Ou não. Por quê digo “ou não”? Porque poder ser que você consulte, faça todas as provas, ele também e o resultado seja: esterilidade de origem desconhecida.
E aí o problema, certamente, não seja médico, seja emocional.
Sim! Nesse tema de hormônios a cabeça influi muito. E, nesse caso, já haveria de trabalhar desde o nosso interior, a nossa faceta emocional.
O caso é que ver como mês a mês a menstruação desce como sempre, igual que antes quando você se preocupava tanto de tomar precauções, nos irrita muito.
Parece que basta você buscar para que não venha. Com certeza, se você não quisesse e tivesse o mais mínimo falho nos cuidados anticoncepcionais, PUMBA! Grávida!
Claaaaro… é que funciona assim mesmo, amiga minha! Como mencionei há umas linhas antes: a cabeça influi muito nessas coisas. E se a isso somamos tudo o que tem que coincidir, se alinhar, para que um óvulo fecundado se implante com sucesso, só resta mesmo ter muita paciência.
Então vamos ao quid da questão:
Tem coisas a resolver ou que estão a meio caminho? Pois centraliza seu pensamento nessas coisas. Assim você vai ter a mente ocupada em tudo isso e não vai ficar prestando tanta atenção na tarefa de conceber.
Não converta os encontros sexuais em uma obrigação. Deve ser uma fonte de prazer e um momento de troca de carinho e sensações com o seu companheiro.
Fazer desses encontros só um meio para chegar ao objetivo de engravidar, além de esfriar o momento, não ajuda nada na parte fisiológica já que seria mais difícil conseguir lubrificar adequadamente e atingir o orgasmo, que favoreceriam a concepção.
Esqueça isso de andar fazendo as contas para ver quando vai ovular. Isso só gera mesmo muita ansiedade.
Minha recomendação seria que nos primeiros 6 meses de busca, não se busque. Isso mesmo. É simplesmente deixar de usar anticoncepcional e nada mais.
Aos 6 meses ainda não há resultados? Então é hora de entrar para a ação e começar a utilizar certos truquinhos que poderiam favorecer a aparição da gravidez.
Começar já com essas táticas é contraproducente. Só faz aumentar a ansiedade e dificultar o processo.
Então, vocês têm 6 meses para desfrutar sem pressões nem cobranças. Aproveitem!
Vai namorar por aí! Pega o seu amor e vão desfrutar de uns dias só para vocês. Ás vezes, mudar o cenário faz a diferença e tudo flui.
Nenhum teste até ter o primeiro atraso da menstruação.
Já sei que não é fácil. Mas resista à tentação ou vai perder dinheiro e ganhar angustia.
Não tem coisa que baixe mais seu ânimo que ver um teste de gravidez negativo quando seu objetivo é engravidar. Imagine isso todos os santos meses? Que horror!
E eu sei bem o que é isso. Já cheguei a fazer 5 testes num mesmo ciclo e antes do dia em que deveria descer a menstruação. Querendo me enganar e não querendo acreditar na realidade. Um mesmo teste eu analisava baixo todas as luzes possíveis e até mesmo com uma lupa!! Loucura, não é?
Não compre nenhum! Quando tiver o primeiro atraso, espere pelo menos 2 dias para adquirir um e fazer a prova. Dá negativo e a menstruação ainda não veio? Espera mais 2 dias, mínimo, e faz outro.
Isso mesmo! Cada mulher é um mundo. Há grávidas que têm um monte de sintomas e outras que não têm nenhum.
Ainda por cima, temos a tendência a nos sugestionar com os sintomas alheios. Você vai acabar sentindo que tem todos os sintomas, se iludir e levar uma decepção grande.
Muitas meninas, durante a busca da gravidez, acabam odiando a menstruação. Ela não é a culpada de você não engravidar. Ao contrario. Ela é o indicativo de que você ovula. E mais ainda se é regular. É o sinal de que seu corpo funciona bem nesse aspecto.
Cada vez que a menstruação descer pense: -Meu corpo trabalhou direitinho este mês. Só não coincidiu tudo o que tem que coincidir para iniciar uma gestação.
Isso aí! A chave principal mesmo é:
Nada mais.
O segredo para conseguir engravidar é, precisamente, não tentar engravidar
Conta para a gente: em que fase você se encontra agora? Primeiro semestre de busca? Segundo? Já conseguiu a gravidez? Quanto tempo demorou? Como está sendo o tema da ansiedade?
Imagem desde Flickr: Anais Gómez-C
Amo muito meu parceiro,
Já estou com quase 30 anos, e quero mais um bebe, ja tenho uma filha do meu primeiro relacionamento, e ele tem um filho tbm do seu primeiro relacionamento, tenho muito medo de nao engravidar e ser uma frustração tanto para mim, mas principalmente para ele, e se engravidar, sera que virá uma menininha como ele deseja…
São tantos medos que me assombram…
Ainda uma questão de saúde também, eu tenho uma trombofilia genética (alteração no Fator V de Leiden), um problema que ocasiona mais chances de desenvolver Trombose Venosa Profunda, eu nem posso fazer uso de anticoncepcional…
Então estou realmente muito triste, e até estou na dúvida de estar gravida, mas com medo de fazer o exame e dar negativo, e não aguentar depois a pressão desta decepção…
Eu nunca pensei estar nesta busca por mais um filho, como já tenho uma, achava que fecharia a “fabrica”… rsrsrsr
Mas acredito que com calma e na hora certa tudo se resolva né…
Gostei muito do seu texto… Obrigada por compartilhá-lo.
Priscila, em primeiro lugar, mil desculpas por só responder agora, mas é que estou totalmente afastada do blog (temporalmente, isso sim) já que estou metida em muitas coisas à vez e não consigo atender a tudo.
Quero te dizer que o seu caso me tocou o coração porque me ponho no seu lugar e posso chegar a entender a sua angustia.Por outro lado, acho que você está pensando mais nos desejos do seu parceiro que nos seus. Às vezes temos que ser mais egoístas e pensar mais na gente porque senão vivemos infelizes e isso também influi na felicidade das pessoas que nos rodeiam. Certamente eu já tenha chegado tarde com a minha respostas, mas por se te serve de algo: com a mão no coração, você realmente deseja ser mãe novamente? Pegue um papel em branco e escreva, com toda a sinceridade, numa metade do papel os prós de voltar a ser mãe e na outra metade os contras. Às vezes, escrever nos esclarece muito melhor as ideias.
Espero ter ajudado.
Um beijo muito grande e me mantenha informada.
Daniela.
4 Comments
Excelente conteúdo e muito bem explicado. Parabéns!
Obrigada!
Bjs
Daniela Glez